Rock’n’roll, motos, tatuagens e panelas. Uma combinação inusitada que define
o Chef Henrique Fogaça. Vocalista de uma banda de hardcore, ele está à frente
do Sal Gastronomia, Cão Véio e Admiral´s Place. Três lugares distintos, mas
carregados de sua personalidade. Amante da gastronomia, para ele a comida não é
artigo de luxo; e sua cozinha é marcada pela exigência de padrão de qualidade.
Fogaça é a prova de que se pode levar a vida de forma leve e ao mesmo tempo ser
bem-sucedido.
Nascido em 01 de Abril de 1974 em Piracicaba (41 anos), no interior de São
Paulo, ele se mudou, aos 8 anos de idade, para Ribeirão Preto, uma cidade de
600 mil habitantes, também no interior paulista. Chegou à capital aos 23 anos.
A essa altura, já havia largado a faculdade de arquitetura e agora cursava
comércio exterior (que também não terminou). Trabalhava no então Banco Real
(mais tarde comprado pelo Santander) e mal sabia cozinhar. Por passar boa parte
de suas horas entre a faculdade e o banco, a maioria das refeições se resumia a
pratos congelados.
Até que cansou da rotina corrida que levava na metrópole pois queria se
alimentar melhor. A saída foi começar a preparar a própria comida. Para isso,
pedia ajuda à avó, que ainda vivia no interior. Pedia receitas de arroz,
feijão, bife empanado. Queria sempre comida de casa, coisa simples. Para
comprar os ingredientes, passou, então, a frequentar feira de rua e
supermercados semanalmente. Levava marmita para o banco todos os dias.
Com o tempo, o ritual de preparo de seus almoços e jantares foi ganhando
importância em sua vida. Ele gostava de ficar pensando no que faria, comprar
alimentos frescos, criar um prato mais elaborado. Solicitava cada vez menos a
consultoria da avó. Vendo seu prazer com a culinária e sabendo que Fogaça não
estava realizado nem com o curso que fazia nem com o emprego no banco, sua mãe
sugeriu que ele fizesse uma faculdade de gastronomia. Naquela época, estavam
surgindo as primeiras graduações nessa área, mas ele ainda nem se imaginava
cozinheiro.
Apesar da resposta reativa, Fogaça ficou com a ideia na cabeça. Não se via
como cozinheiro profissional, mas se via muito menos mexendo com cheques sem
fundo para o resto da vida. Até que arriscou a proposta da mãe. Prestou
vestibular para gastronomia. Entrou no Centro Universitário FMU. Então, depois
de cinco anos de carreira no banco, ele pediu demissão.
Fogaça, no entanto, não podia se dar ao luxo de apenas estudar. Precisava
pagar as contas. Foi quando teve a ideia de vender hambúrguer em uma Kombi,
pelas ruas da cidade. Em outras palavras, tornou-se um vendedor ambulante – ou
um precursor dos hoje tão badalados food trucks.
Batizou o negócio de Rei das Ruas. Seu equipamento se resumia a uma mesa de
inox. Sua rotina era basicamente ir ao açougue, escolher as carnes e passar o
resto do dia vendendo hambúrguer em uma esquina dos Jardins, bairro nobre de
São Paulo. Testou algumas combinações e criou um cardápio. “Tinha carne louca,
calabresa louca, purê de batata e vinagrete, que eu fazia em casa todos os
dias.” A equipe incuia um chapeiro e uma administradora, amiga da sogra de
Fogaça.
A Kombi fez sucesso por sete meses. Até que o chapeiro se desentendeu com a
administradora e Fogaça encerrou a parceria. Passou, então, a fazer sanduíches
na baguete – de provolone, salada e outros sabores. Criou uma marca própria, a
Fogar, que até hoje é a razão social de seu restaurante. Durante alguns meses,
seu trabalho era andar de porta em porta oferecendo seus produtos. Além dos
lanches, reproduzia as receitas da avó do bolo de laranja e da mousse de
chocolate que lembrava sua infância.
Três meses depois, ele conseguiu um estágio no D.O.M, premiado restaurante
do chef Alex Atala. Pouco mais de 20 dias depois, foi para outro restaurante do
mesmo grupo, o Namesa, e algum tempo depois, um amigo em comum o apresentou ao
fotógrafo Eduardo Brandão. Dono da Galeria Vermelho, um reduto de arte
contemporânea em São Paulo, Brandão estava em busca de alguém para tocar
um café localizado dentro de seu galpão.
Os dois se conheceram em 2005 e a empatia foi imediata pois ele estava com
vontade de trabalhar. O espaço era pequeno. Mas o suficiente para ocupar todo o
tempo do novo chef. Ele dormia das nove da noite à uma da manhã e, então,
acordava para ir às compras em plena madrugada. De lá, ia para o café.
Ele batizou o estabelecimento com o mesmo nome que hoje tem seu consagrado
restaurante: "O SAL". Pois considera o Sal um ingrediente muito
potente, forte. Sua proposta inicial era oferecer café, sucos e lanches. Alguns
meses depois, no entanto, se arriscou em pratos de comida. Sozinho, chegou a
produzir seis opções por dia.
Dentro da galeria, o restaurante cresceu até se tornar o que é hoje. Já
Fogaça manteve os princípios simples que aprendeu nas primeiras receitas com a
avó. Pois acha que hoje e, dia há uma gourmetização de tudo. Para ele, comida
tem que ter nome de comida, tem que satisfazer, ser farta. Fogaça não era muito
conhecido at´participar como jurado do programa MasterChef que é um talent show de culinária brasileiro exibido
pela Rede Bandeirantes, baseado no consagrado formato original de mesmo
nome exibido pela BBC no Reino Unido. O programa é
apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão e além dele conta ainda
com os jurados chefs: Erick Jacquin e Paola Carosella.
A primeira temporada estreou em 2 de setembro de 2014 e terminou no dia de
16 de dezembro do mesmo ano.
A segunda temporada estreou em 19 de maio de 2015 e terminou no dia 15 de
Setembro de 2015.
Devido ao sucesso absoluto do programa, já está confirmada a próxima edição,
dessa vez o Master Chef Brasil Júnior que começa no dia 20 de outubro de 2015.
Com Henrique Fogaça na bancada do Juri, já que o variando entre vilão e
emotivo, bad boy de bom coração tem cativado os telespectadores.
Apesar da vida corrida o chef se divide também pela paixão pela música
pesada, a frente da Banda de Rock Oitão Hardcore , o chef explora seu lado bad
com letras de reivindicação e com mais de 100 tattoos pelo corpo.
Henrique Fogaça, o jurado rock'n'roll ganhará um reality show só dele no ano
que vem. o nome do programa, por enquanto, será "200 Graus", e
mostrará o cotidiano do chef. Fogaça vai ter suas curiosidades expostas ao
público, como seu lado musical, ainda pouco conhecido.
O Vocalista da banda hardcore Oitão mostrará suas atividades preferidas como
passear de moto com seu grupo de motociclistas. Com 13 episódios de meia hora
cada um, a produção será da Academia de Filmes e Real Filmes e está sendo
negociada com canais de televisão aberta e por assinatura.
Henrique é casado com a psicóloga Patrícia Corvo que também é sócia dos seus
dois restaurantes, e com ela tem dois filhos, um menino de 9 anos e uma menina
de 8 anos que tem uma síndrome rara, pois só se alimenta por sonda e não sente
o gosto das coisas, uma das maiores razões do Chef viver.
Por causa disso o chef participa do projeto Chefs especiais que é um curso
de gastronomia para pessoas com síndrome de Down onde ele dá aula de culinária
para as crianças que participam do projeto.
Prêmios:
• Chef Revelação, 2008 – Veja SP
• Chef Revelação, 2009 – Prazeres da Mesa
• Prêmio Paladar de melhor carne de porco, 2009 – Paladar, O Estado de
S. Paulo
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